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Capital pessoal

Publicado el 11 de enero de 2008 por RLG

Publicado en:
Revista Pesquisa
21/12/2007

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – O corpo tem sido um componente fundamental na construção da identidade brasileira. Segundo pesquisa realizada pela antropóloga Mirian Goldenberg, em um país com pouco investimento em outros capitais – como educação e cultura – o corpo acabou se tornando importante capital econômico e social.

O estudo, do qual participaram 1.279 homens e mulheres jovens do Rio de Janeiro, resultou no recém-lançado livro O corpo como capital (Estação das Letras), que mostra a especificidade de uma cultura em que o corpo é um componente fundamental na construção da identidade nacional.

«Determinado modelo de corpo, na cultura brasileira contemporânea, é uma riqueza, talvez a mais desejada pelos indivíduos nas camadas médias urbanas e também nas mais pobres, que o percebem como um importante veículo de ascensão social», disse a professora associada do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

«Meu argumento central é que, no Brasil, determinado modelo é um capital: um corpo jovem, magro e em boa forma, conquistado por meio de muito investimento financeiro, trabalho e sacrifício», explicou Mirian.

A antropóloga cita um dado recente para demonstrar a importância que o corpo adquiriu na cultura brasileira e como ele pode ser um importante capital. Na lista feita este ano pela revista norte-americana Forbes das cem celebridades mais poderosas do mundo, os únicos brasileiros eram a modelo Gisele Bündchen, que, segundo a revista, faturou US$ 33 milhões em 2006, e o jogador Ronaldinho Gaúcho (US$ 31 milhões).

«Não é à toa que as profissões de modelo e de jogador de futebol são, atualmente, muito desejadas não somente por meninos e meninas das camadas mais baixas, mas, também, das camadas médias brasileiras. Jogadores como Ronaldinho, Robinho e Kaká usam seu corpo como capital. Por sua vez, todas as mulheres imitáveis são aquelas que também têm seu corpo como principal capital. Ser atriz, modelo ou apresentadora de TV é o sonho de nove entre dez meninas», disse a pesquisadora.

Autora dos livros Nu e vestido e De perto ninguém é normal, a professora da UFRJ observa que a supervalorização do corpo é uma herança do processo de colonização do país. Recorre a Gilberto Freyre, que, no clássico Casa Grande & Senzala, analisou a importância do corpo desde o início da colonização brasileira como constituinte da identidade brasileira.

«De acordo com Freyre, o encontro entre senhores e escravos no Brasil foi harmonioso e basicamente sexual. Nossa colonização se deu por esse encontro do português e da índia, que apreciou a valorização de seu corpo por parte do colonizador. Depois veio o corpo da escrava negra, que ocupou um espaço enorme na casa grande e povoou o país», disse Mirian.

«A representação do Brasil como um paraíso tropical e sexual, presente na visão dos estrangeiros e também dos próprios brasileiros, se mantém até os dias de hoje, reforçada pelas imagens de corpos seminus no Carnaval e nas praias», analisou.

Segundo ela, a despeito das visões negativas sobre a submissão da escrava, o que se deve dar importância é o fato de não ter havido massacres, como na colonização de outros países latino-americanos. «A nossa cultura é especial porque não houve o antagonismo e massacre de uma cultura pela outra. Houve uma fusão cultural que se deu pelo sexo», salientou.

Para Mirian, a idéia de que o corpo, no Brasil, é um verdadeiro capital, ajuda a compreender melhor por que as brasileiras, junto com as norte-americanas, são as maiores consumidoras da chamada indústria da beleza.

O livro enfoca, em um dos artigos, a atual febre do brasileiro pelas academias de ginástica e musculação, setor que movimentou por aqui cerca de R$ 2 bilhões em 2005, o que colocou o país como principal competidor dos Estados Unidos no ramo.

Dentro desse cenário, o Brasil já é o maior mercado de academias de ginástica na América Latina e o segundo maior em número de academias no mundo. Em 1999, o país contava com aproximadamente 4 mil academias e hoje tem em torno de 20 mil. Mais de 50% estão na região Sudeste, principalmente no eixo Rio-São Paulo, 25% concentram-se na região Sul e os outros 25% dividem-se entre as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Valorização no envelhecimento

Em junho e julho, Mirian Goldenberg ministrou na Alemanha oito palestras em diferentes universidades. Em seguida, iniciou a pesquisa «Corpos, envelhecimento e identidades culturais», dessa vez com mulheres na faixa etária de 50 a 60 anos, das camadas médias e altas. Retornou à Alemanha em outubro, para realizar entrevistas.

A partir da idéia do corpo como capital, a antropóloga pretende compreender o significado do processo de envelhecimento na cultura brasileira. «Por isso, decidi fazer um estudo comparativo entre Brasil e Alemanha. Escolhi uma cultura que é o extremo oposto da nossa em relação a essa questão. A alemã é uma mulher que não quer ser sexy. Lá, nenhuma das que entrevistei faz academia de ginástica ou musculação. No Brasil, é impensável uma mulher de camada média não fazer qualquer tipo de trabalho com seu corpo», destacou.

A idéia do estudo é refletir sobre o significado do envelhecimento feminino na sociedade brasileira. «Em uma cultura em que o corpo é um importante capital, no mercado de casamento e no mercado de trabalho, como as mulheres vivenciam o envelhecimento? Quais os principais medos das brasileiras ao envelhecer?», questionou.

Segundo a professora da UFRJ, a principal conseqüência da supervalorização do corpo no processo de envelhecimento são as pressões às quais as mulheres mais velhas acabam submetidas.

«A alemã acredita que a mulher tem que aceitar o processo de envelhecimento natural e valorizar outros capitais, como inteligência, personalidade, poder ou relações de trabalho. Elas vêem muito mais ganhos do que perdas com a idade. As brasileiras não conseguem enxergar os ganhos, pois ficam focadas com o que elas estão perdendo com a idade. Há uma postura de vitimização das mulheres nessa faixa etária por aqui, que aponta, predominantemente, para perdas, medos e dificuldades associados ao envelhecimento», comparou.

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